terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Síndrome de Tolstoi

Síndrome de Tolstoi
Deus está em nós mesmos.

A felicidade alcança-se pela atividade natural temperada no amor do próximo.
O tolerante não passa de um intolerante adiado. Nosso desafio é a aceitação do  outro  como legítimo outro em convivência.
Prescrevo toda violência e aponto a corrupção e os corruptores como uma impostura in-tolerável.
Condeno a tara pelo acumulo de bens desnecessários e a exploração do homem pelo homem, sob qualquer nome, sobretudo sob os nomes do sagrado (em nome do Pai, Filho, Espírito, etc...).
Vegetarianismo, não: adoro comer carne. 
É logicamente dispensável renunciar às propriedades que não possuo. 
Teimo flertar com "novas" ideias dentro e fora do universo musical (teologal, filosofal e outros). Dedico parte do meu tempo a trabalhos manuais e, por vezes, braçais.
Percebi que para os pobres a fé não é assunto de conversas inconseqüentes, mas uma questão vital. "Só a fé lhes dá possibilidade de viver." Conversão é mudança de consciência e tomada de novas posturas frente à vida. Cada homem carece de mudança interior.
Diante das tiranias e abusos tolerados e incentivados em nossos dias, aconselho à que não respondam à violência com violência porque a violência é sempre um mal, e não se pode responder ao mal com o mal. Isso vale pra qualquer pessoa. Não se trata de permanecer passivo frente ao mal ou à violência, mas de responder a ela pela não-violência: a bondade, a mansidão e a caridade. Esta é a verdadeira resistência ao mal. Efetivamente, o sentido de "não resistir" no Evangelho e no Novo Testamento em geral não é "não fazer nada", mas não revidar, não contra-atacar, não retaliar, enfim, não se vingar. Assim, o que se rechaça sem meias medidas é a lei do talião, o pagar com a mesma moeda, "olho por olho, dente por dente".
A não-violência se exprime na não-cooperação, na desobediência civil e particularmente no repúdio ativo a toda a subserviência. O poder se alimenta da aceitação e do consenso. Pior: da obediência cega e da submissão.
A ideia é tirar ao poder o tapete debaixo dos pés, para que assim venha ao chão. A liberdade é um atributo inalienável e que define o ser humano. Vide o ensino do apóstolo:
"Não vos torneis servos dos homens" (ICor 7,23).
Revolução, só se for não violenta. Nada de instaurar uma opressão mais cruel que a que estamos vivendo.
Frente à complexidade dos Estados e
das sociedades modernas, a violência não funciona mais. Aquela que foi outrora
definida como a "parteira da história" talvez não tenha outro destino, na consciência
ética das sociedades modernas, que o de tantas parteiras tradicionais: a
aposentadoria.

Viva a paz com igualdade, liberdade, justiça e fraternidade.  Vassum Crisso - MG

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