quarta-feira, 13 de julho de 2016

Uma boa lembrança pode salvar sua vida.

Uma boa lembrança pode salvar sua vida.
Mas há outra coisa que lembro e, ao lembrar, continuo agarrado à esperança. Lam 3. 20
O que a intuição resolveu chamar de mal assume muitas formas distintas.
Segundo o importante teólogo Torres Queiruga, existe o mal padecido e o mal infringido, o de enfermidade e o do crime, o individual e o coletivo, o da catástrofe natural e o da traição do ou ao amigo; o mal de algum modo tolerável e o sufocantemente insuportável, o que parece ter um sentido e o que se mostra irremediavelmente absurdo... Há o mal visto à altura humana e o que intuímos no sofrimento animal ou mesmo nos desastres produzidos pela natureza...
Queiruga ressalta que numa análise séria do problema do mal não cabem evasões teóricas: "pode-se negar o mal, porém não o sofrimento, ainda que o sofrimento não seja o único mal.
Para compreender a real seriedade do que está em jogo, Queiruga recorda que basta simplesmente pensarmos que se trate disso ao qual remetem igualmente o choro ainda "sem palavra" do recém-nascido e a busca de remédio para uma ferida ou uma enfermidade; "isso" que comove a humanidade diante das grandes catástrofes naturais; "isso" que torna repugnante uma traição ou suscita o horror perante a escravidão, o holocausto ou a fome no mundo. O "mal" é, em seu significado mais elementar e em sua mais inegável realidade, aquilo que experimentamos como o que subjetivamente "não queremos" e do que objetivamente pensamos que "não deveria ser", e que, bem por isso, rejeitamos e procuramos eliminar ou, pelo menos, suavizar. Bastaria o sofrimento de uma criança inocente, para que, muito além de todas os debates formais, tenhamos diante de nós a matéria do problema ("o mal"). Do mesmo modo, basta uma visita - com os olhos, os ouvidos e o coração - a qualquer hospital, sem falar nos horrores de uma guerra, para compreender a sua terrível seriedade, sejam quais forem as possíveis discussões acerca de pormenores ou matizes concretos.

A "coisa" - o mal está aí, mas não pode ser uma totalidade. Por certo que não há absurdos absolutos, fora da mágica nas palavras. É possível que a vida queira ser amável e que faça sentido. É possível que a maioria de nós carregue dor suportável (Fátima Guedes).
O profeta bíblico parece ter conhecido o mal e a dor bem de perto, mas não apenas estes últimos:

"Nunca vos esquecer a desgraça, o gosto das cinzas, o veneno que engoli.
Lembro-me bem de tudo - ah, e como lembro! - o sofrimento de chegar ao fundo do poço.
Mas há outra coisa que lembro e, ao lembrar, continuo agarrado à esperança. Lam 3. 20

Que cena teria brilhado imóvel e fora do tempo na memória do vidente, apesar de todo o padecimento que ele experimentou? Que cena que impenetrável em seu pensamento, exibia um semblante tão luminoso? 
Pois o adivinho fez questão de nos revelar que olhando para além de toda calamidade, deu-se conta de que não estava só - que a Eternidade - A Causa primordial, que a Transparência de todas as coisas (Deus Pai e Mãe) - que realidade última o acompanhava desde sempre. Foi aí que uma boa lembrança resguardou uma vida.

Quando a vida está difícil de suportar, entregue-se à solidão, 
Recolha-se ao silêncio.
Curve-se em oração, Não faça perguntas.
Espere até que surja a esperança.
Não fuja das provações: encare-as.
O "pior" nunca é o pior. Lam 3:28-30

Uma boa lembrança pode salvar sua vida?
Aqui vai um pouco sobre 'minha experiência':
Percebi que em algumas circunstância não é bom tentar compreender o incompreensível. Percebi que para suportar este mundo, por vezes é necessário desistir de entender o que o ultrapassa. Somos muito ingênuos em relação ao que as coisas realmente são: vida, morte, etc. 
Lanço mão de alguns ensinos de Espinosa: não rir, não chorar, não detestar, mas procurar compreender.

Com o Eric-Emmanuel S. aprendi a conter a revolta ou não me revoltar, me calo, não raciocino mais, espero. Procuro lembrar que "todo o ser de Deus consiste em amar", que justiça significa o mesmo para todos e que Deus nos dá a todos, igualmente, a vida e depois a morte. O resto depende da humanidade e das circunstâncias. Putz! viajei... ... Ave Marias!..
Vassum Crisso - Miguel Garcia

Siga o dinheiro!

Siga o dinheiro!
A vida política está desértica, não há a menor concepção ideológica ou mesmo utópica, não há palavra de ordem, nem projeto político algum. Não há mais agenda política, e "nossos homens políticos" se transformaram em gestores, a ponto de, muito 'logicamente', um grande povo ser 'forçado' a conduzir ao poder aquele que é apresentado como homem de negócios. A 'lógica' por detrás é a de que se esse tal homem de negócios soube gerir bem suas transações comercias, por certo saberia gerir as de seu país. Por analogia, uma vez que a política já não é fundamentalmente teológica como a de outrora e, que o poder por delegação, após o esvaziamento do céu, não vem mais de Deus, o que restou foi vidrar-se em política (vaidade, vazio) e seguir o dinheiro: se os gestores eclesiásticos se provarem excelentes na obtenção de lucros para seus seguidores, muito que bem, do contrário, segue-se com a pena máxima do mercado para todos eles, ou seja: não consumo. Se quer "compreender" o mundo e suas diversas motiv-ações, siga o dinheiro!... Vassum Crissum MG