sábado, 25 de abril de 2020

A igreja sem ramagens luxuriantes



A igreja sem ramagens luxuriantes 

A igreja se coloca como sustentáculo da violência, na medida em que mistifica ideias e praticas tirânicas através de sermões pseudo evangelizadores e sacraliza perversões, com rituais supersticiosos e idolátricos. 

Estendo esta crítica essencialmente Tolstoiniana e Kierkegariniana, não apenas a esta ou àquela igreja concreta, mas à ideia mesma de instituição que se presta a atuar como refugio para os tímidos e os complacentes; igrejas com ministros que buscam a placidez e posições sociais influentes na sociedade, ao invés da salvação que só nos alcança pela conversão dos maus desejos e pelo sofrimento que se instaura quando vivemos em função de amar; ministros e falsos buscadores que se negam a crer numa igreja militante pela causa dos órfãos e das viúvas. 

Vemos os ensinamentos de Cristo diluídos e degradados a tal ponto que a igreja aboliu praticamente o cristianismo em nome de Cristo. 

Por que já não vemos contradição entre o caráter do cristianismo como luta e a essência de um Estado comprometido com o predomínio político e econômico do capital, em detrimento do humano? Óbvio: Por que o Estado paga seus funcionários – os ministros do culto – para que destruam o cristianismo. 

Dizem os falsos bispos e pastores que não se pode viver do nada. Todavia eles vivem assim. Para estes, o cristianismo não existe e, todavia, vivem dele... Só se pode ser cristão na oposição. 

Se dermos ouvidos ao profetismo de caras como Tolstoi e Kierkegaard iremos acabar convencidos de que não somos cristãos e talvez eles nos façam ver com clareza que não desejamos chegar a ser cristãos. 

Quem quer se envolver num amar que é um "deserto e seus temores", ciente de que "quem vai na cela dessas dores não sabe voltar"? 

Vassum Crisso. Miguel Garcia 





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segunda-feira, 16 de março de 2020

Desumanidade na Bíblia?


Desumanidade na Bíblia?


“Ninguém pensa na crueldade da Bíblia” – na violência...
Nós usamos fantoches e livros de colorir para contar às crianças as histórias mais desumanas e, dizemos que a lição moral é que devemos amar uns aos outros. Muita gente diria que isso é um paradoxo. 
Não sei se alguém que viveu esse tipo de violência entende o que é o amor.
Sansão amarrou trezentas raposas pelas caldas e ateou fogo nelas; matou mil homens com a queixada de um jumento: mil homens... Ele derrubou um templo depois que lhe furaram os olhos; ainda assim, Sansão foi um homem de sorte: ele não precisou ver o monstro em que havia se transformado.
Quem vive imerso nas trevas acaba ficando cego. (Diálogo extraído de um filme que vi meses atrás).
Contudo, penso que as aberr-ações protagonizadas por “evangélicos” versão classe média com algum capital cultural, “pentecostais e neopentecostais” (‘classe média e ralé semi-alfabetizada'), tenham mais a ver com mal-entendidos (incapacidade de bem interpretar o livro mitológico) e indolência, do que com maldade e duplicidade. 
Algumas histórias bíblicas são esplêndidas para ensinar como não devemos ser e o que jamais deveríamos imitar. Vassum Crisso - MG

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020

Intuições; crítica religiosa; abraçamento da fé e mergulho em humanidade.


Intuições; crítica religiosa; abraçamento da fé e mergulho em humanidade.

O Deus de Jesus não tem prazer no sofrimento da criatura e a pedagogia divina revelada por Jesus sempre se baseia num amor convidativo, que de nada necessita, se dá unicamente por querer se dar, não pedindo nada em troca.

Quanto ao dogma assombroso do “pecado original”, consideremos que a humanidade é dotada de um desejo infinito que não encontra satisfação nas criaturas e itens de consumo; revolta-se contra tal situação, e, apesar de tudo, procura nos bens visíveis que a cerca uma eventual saciedade. O infinito desejo humano se desvia para os seres finitos, incapazes de saciar tais anseios e, daí, o paradoxo de que nossa condição original é: necessidade de salvação sem ter a ver com “pecado original”, satisfação divina, sacrifício expiatório e coisas semelhantes.

O Deus de Jesus é diferente daquele que os judeus imaginavam no Antigo Testamento. Faz-se necessária interpretação dos textos bíblicos e a distinção entre religião e fé.
Religião significa expiar, merecer, adquirir o favor de Deus se o suplicante for capaz - Jesus, porém, veio ensinar a fé, que se volta para o Deus-amor-relação-família, comunhão-apoio-e-sustento-íntimo.

Na lógica da religião Deus não só reivindica uma nova vítima, mas reivindica a vítima mais preciosa e a mais cara - seu próprio filho. Essa premissa contribui, mais do que qualquer outra coisa, para desacreditar a fé cristã aos olhos dos homens e mulheres de boa vontade no mundo moderno.

O Deus de Jesus é gratuidade na qual a humanidade pode repousar (“...e encontrareis descanso”...). A morte de Jesus não foi ato expiatório, mas sim, ação da perversidade religiosa, incomodada pelas constantes denúncias que o inconformismo crístico realizava em favor dos marginalizados.

Quanto mais humana tanto mais “divina” qualquer pessoa se torna, duvida?

“É assim que vocês poderão saber se, de fato, o espírito é de Deus: quem afirma que Jesus Cristo veio como um ser humano tem o Espírito que vem de Deus”. 1 João 4:2

Vassum Crisso - MG

quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

Bom dia, tarde e noite, fantasias!

Bom dia, tarde e noite, fantasias!
(O amor que importa será sempre à primeira vista!)

Nossa "relação" se dá com as idealizações que projetamos nas pessoas que nos cercam, o que curiosamente, impossibilita o acesso a elas. Não somos aquilo que nossa imaginação constrói, "somos quem somos" e, essa essência sobre nossa mais pura identidade, tende a ser perturbadora, uma vez que ainda não somos algo acabado, mas sim, um vir a ser constante, daí, nos afastamos desse entendimento mais essencial e abraçamos o que as ilusões auto-protetoras vão "revelando".
Não somos o que pensamos ser, tampouco quem os outros imaginam que somos (nossa percepção é fabricada, a verdade é mentira, cultura é invenção/convenção e tudo é fugidio e mutável em ordens imaginadas num mundo simbólico). Somos algo em construção constante – algo que nos escapa o tempo todo: nem somos ainda – viremos a ser? Quem não sabe o que é, existe?
Somos esse algo "in-existente" que odeia o próprio reflexo no espelho, o que não se dá por acaso, posto que espelhos fazem pacto com a mais pura verdade.
Nos afastamos das relações interpessoais estrategicamente, como forma de evitar desgastes inevitáveis e rompimentos traumáticos: fugimos do que mais desejamos.
Felizes os que constroem castelos no ar. Reparei que o material de construção ao qual tive acesso estava sujeito à lei da gravidade.
Quanto mais o real se aproxima da fantasia, e, quanto mais a fantasia do real, maior a sensação de "bem estar" e "felicidade". Fantasias mais distantes de elementos concretos naufragam em frustração; devaneios ancorados num mais de concretude resistem melhor às tempestades da vida. Há viajantes e construtores mais sortudos que outros.
Nossa "relação" é sempre com a fantasia de um outro, jamais com esse outro propriamente dito. Minha "relação" é com aquilo que invento ou que preciso da ou na imagem e conteúdos da outra pessoa e, não com o que ela é de fato, é capaz de ser e entregar. O outro nos serve como tela vazia onde depositamos projeções o tempo todo (o que "amo" quando e enquanto amo fulano, ciclano ou beltrano?).
Como assim "conhecer" os outros para que a "relação" se dê, se, tampouco nos conhecemos - se tampouco sabemos quem somos? Penso que melhor seria amar à primeira vista, o que se daria sem exigências e egoísmos complexos, lembrando que quando começam as exigências termina o amor e, que "conhecer" - "ter alguém mais aconchegado" (se é que é possível), instaura inevitável decepção, seguida de pavor, seguida de afastamento, seguida de vazio e novamente "solidão". Vassum Crisso - MG

sábado, 29 de junho de 2019

Por que as pessoas bebem?

"Ninguém bebe pelo sabor das bebidas", 'ninguém bebe para meramente alegrar-se, tampouco para zombar da fé - não, é só para esquecer (perder-se) de si (da consciência da vida e da morte) que uma pessoa deseja se embriagar, só por isso'. (Omar Khayyam, etc...)

sábado, 18 de maio de 2019

In-tuindo um pouco mais...


In-tuindo um pouco mais...

O Deus de Jesus é Abbá, paizinho e mãezinha de ternura infinita e de perdão incondicional; um Deus que se preocupa com o ser humano e com o nosso bem e não com sua glória (Queiruga); um Deus absolutamente empenhado na máxima realização e bem-estar da humanidade inteira: paizinho e mãezinha aconchegado com a gente e que nos ama porque sim. Vassum Crisso - Miguel Garcia

Quando desejar não é o bastante…

Quando desejar não é o bastante…
É preciso forçar as coisas e, por um ato de vontade, arrastar a inteligência para fora de sua casa” Bergson
Quero a intuição e não mera inteligência: ando farto de inutilidades. 
Quero as coisas que nascem a partir da própria ação criativa, que abrem portais do futuro e lançam a vida em movimento: quero o Elã Vital.

Não quero seu “bom dia”, quero parceria e cumplicidade hoje aqui. 
Não quero esse pago de energia mística, forças ocultas, magias (“a paz do senhor irmão”, que as bênçãos do pai, blá, blá, blá...): quem disse que o Amor pode, sabe e se interessa por amaldiçoar e infernizar a criação? (Considere os pressupostos por trás do que você diz). 
Não quero saber de duendes, fadas (fora de contextos mitológicos), não quero saber de influência dos signos, coberturas apostólicas, espíritos assombrosos e, nada que não seja imanente como o Deus de Jesus comigo e com a humanidade inteira. Não quero saber de vitalismo esotérico, tampouco de verborreias pseudo abençoadoras do tipo: “Que Deus lhe abençoe, guarde e proteja”: e o Deus de Jesus lá teria interesse e vontade de infernizar e amaldiçoar pessoas? Explicações baratas e imprecisas sobre o problema do mal e sofrimento humano já não me me bastam hoje em dia. Não me venham com conclusões apressadas, obscuras e enigmáticas sobre temas tão urgentes e imprescindíveis. Recortemos conceitos que deem conta de nossa realidade, queridos.

Que tal libertarmos o desejo de criação que mora em nós - a capacidade interna de nos diferenciarmos e, assim, tomarmos as rédeas da situação? Lembrem-se que Emanuel significa Deus como apoio e sustento íntimo do humano - jamais como interventor fabuloso e mágico – jamais como um gênio da lâmpada.
Que tal um mergulho no mundo determinista, inserindo nele o máximo possível de indeterminação? Que tal uma entrega ao mundo finalista mas para inserir nele o máximo possível de outros caminhos? Que tal aprender a fazer bom uso da vontade e liberdade possíveis? A vida pode vir a ser fonte pulsante de geração contínua e um potente modo de agir sobre a matéria bruta na força de um Elã vital! Vassum Crisso – Miguel Garcia

quinta-feira, 16 de maio de 2019

O Deus de Jesus não é Júpiter.

O Deus de Jesus não é Júpiter.
Cesse de difamá-lo o sincretismo religioso (evangélico e outros).
Cessem de introjetar na Causa Primordial do Universo o que há de pior em vós mesmos: vontade de poder, afã de domínio, espírito de castigo e de vingança. 
Vossa psicologia sincrética projeta em Deus terrores e ressentimentos constantes, deformando a face divina no espelho de angústias, obscurecendo o divinal proposito com instintos de mágoa e desforra. 
O Deus de Jesus não é Júpiter! Arrependam-se, ou louvem a Zeus - Vassum Crisso - MG