sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Eis a fonte de entusiasmos

Eis a fonte de entusiasmos
Por Miguel Garcia

Eis aí vosso mestre, vosso patrão, vosso guia – führer - aquilo que nossas democracias e nossas organizações políticas não oferecem à demanda popular, eis o que não podem propor: alguém que permite a você não mais se confrontar com a dúvida, com a escolha, com a responsabilidade, alguém que alivia você do fardo existencial. Você tem apenas que segui-lo, obedecê-lo. Findado o livre arbítrio você tem que se referir inteiramente e plenamente aos mandamentos prescritos. Eis a “brincadeira” de percorrer programas propostos por gurus evangeliz-à-dores. Eis os e-ventos doutrinadores. Eis o caráter imperioso, imperativo, obrigatório, sem falha possível do que é, no cerne dos agrupamentos fundamentalistas. Eis aí também uma multidão de evadidos a-brigando um sentimento de terem sido confrontados com um sistema do tipo totalitário. Eis a oferta de imagens tão sedutoras quanto seja possível imaginar. Eis as organizações não fundamentadas em crenças ou em fé, mas que apelam a uma dimensão psíquica bem difer-ente: a da convicção, que é algo absolutamente contrária à crença. A crença supõe um engajamento num ato de fé, ao passo que nos domínios das seitas se trata de certeza. A questão nessa última não é a aposta de que cada um está antecipadamente garantido de que seu ganho, levando em conta sua aposta, será máximo, per-feito. Promete-se um gordo ganho em todas as jogadas! Uma tal organização não é identificável a uma religião. Religiões, como as oriundas do monoteísmo são organizadas em torno de uma figura paterna/maternal, já que o Deus re-vela-se misericordioso (ama com as entranhas), tal sistema já de inicio subtrai pecados por ver a “multiplicação” como coisa do demônio, de cara reconhece uma divisão na pessoa, uma imper-feição. É, então uma religião de amor que acolhe essa imper-feição. Numa seita, geralmente esse não é o caso. As seitas optam pela “religião” PLUS, ou seja, há um bônus que faz toda diferença.  Eis aí o fundador da seita eminentemente encarnado  e presente na realidade. Eis a vida do rebanho humano “funcionando” através do que são o saber e a autoridade deste último. Eis aí o mestre, o sol de um sistema e você, absorto, pairando na órbita letal, sentindo-se abençoado e pleno de entusiasmo ao pertencer. Eis tudo.

Referencias: Charles Melman - O Homem sem gravidade

Vassum Crisso

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Pelos que vão morrer

PELOS QUE VÃO MORRER

“Ó Tu, Senhor da Eternidade, nós que estamos condenados a morrer elevamos nossas almas a Ti à procura de forças, porque a Morte passou por nós na multidão dos homens e nos tocou, e sabemos que em alguma curva do nosso caminho ela estará nos esperando para nos pegar pela mão e nos levar... não sabemos para onde. Nós te louvamos porque, para nós, ela não é mais uma inimiga, e sim um grande anjo teu, nosso amigo, o único a poder abrir, para alguns de nós, a prisão da dor e do sofrimento e nos levar para os espaços imensos de uma vida nova. Mas nós somos como crianças, com medo do escuro e do desconhecido, e tememos deixar esta vida que é tão boa, e os nossos amados, que nos são tão queridos. Dá-nos a graça de ter um coração valente para que possamos caminhar por esta estrada com a cabeça levantada e com um sorriso no rosto. Que possamos trabalhar alegremente até o fim, e amar os nossos queridos com ternura ainda maior, porque os dias do amor são curtos. Sobre ti lançamos a carga mais pesada que paralisa nossa alma: o medo que temos de deixar aqueles que amamos, os quais teremos de deixar desabrigados num mundo egoísta.  Nós confiamos em ti porque durante toda a nossa vida foste o nosso apoio.
Ó tu, pai dos órfãos, protege os nossos pequeninos. E, antes de partirmos, pedimos-te que chegue logo o dia no qual os que estão morrendo morrerão sem medo, porque os fracos já não mais serão as vítimas dos fortes, e a grande família que é a nação a todo abraçará com sua força e o seu cuidado.
Nós te agradecemos porque experimentamos o gosto bom da vida. 
Somos-te gratos por cada hora de nossas vidas, por tudo o que nos coube das alegrias e lutas dos nossos irmãos, pela sabedoria que ganhamos e será sempre nossa.
Se tivermos de partir logo, sabemos que inda assim foi através de ti que vivemos e a nossa vida continuará a fluir através da raça humana. Pela tua graça nós também ajudamos a moldar o futuro e a trazer dias melhores.
Se nos sentirmos abatidos com a solidão, sustenta-nos com a tua companhia. Quando todas as vozes do amor ficarem distantes e se forem, teus braços eternos ainda estarão conosco. 
Tu és o pai do nosso espírito. De ti viemos e para ti iremos. 
Regosijamo-nos porque, nas horas das nossas visões mais puras, quando o pulsar da eternidade é sentido forte dentro de nós, sabemos que nenhuma agonia da mortalidade poderá atingir a nossa alma inconquistável e, para aqueles que em ti habitam, a morte é apenas a passagem para a vida eterna. Nas tuas mãos entregamos o nosso espírito.”
(Walter Rauschenbusch, Orações por um mundo melhor, PAULUS )

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

domingo, 12 de dezembro de 2010

Sobre o Narcisismo “evangeliz”-à-dor

Aspectos desprezíveis:
Miguel Garcia

O evangeliz-à-dor reprisa a tragédia do mito grego de Narciso, estando desesperançadamente absorto em si mesmo. Quando ocorre de considerar outrem, em geral o faz priorizando a si mesmo. Praticamente toda gente pode ser posta de lado, exceto o "filho do céu", sempre preparado para recriar o mundo inteiro a partir si, mesmo se estivesse só no planeta.
Embora seja acossado pelo medo, nem sempre sabendo como poderia operar tal proeza (de agir como se fosse causa de si mesmo), contudo, lá no fundo está seu recurso essencial: poderia bastar-se a si mesmo se fosse o caso, desde que tão somente pudesse confiar em si e, se porventura não sentisse essa confiança emocional, mesmo assim, lutaria para viver com todas as “suas forças”, não importando quantos morressem ao seu redor.
Um organismo “evangeliz”-à-dor sempre estará pronto para inundar o mundo inteiro solitari-a-mente, malgrado sua cabeça se esquive a pensar nisso.
O narcisismo é a força motriz de gente assim, a tal ponto que é possível assistir um narciso evangeliz-ador em marcha contra “ameaças” de todo tipo, expondo-se à queima roupa: no fundo, um sujeito com esse perfil não acredita que possa sucumbir – ser sugado facilmente, pois um espesso escudo caracterológico o mantém protegido do real, levando-o a sentir pena dos que porventura perecem ao seu lado. Em seus mais íntimos recessos orgânicos e físico-químicos, um desvanecido de si próprio não conhece a morte nem o tempo, sente-se im-o-rt-All.
Um evangeliz-à-dor parece não ser capaz de evitar o egoísmo derivado de sua natureza animal. Parece haver incontáveis eras de evolução por trás desse comportamento – toda uma programação evolutiva o determinando de alguma maneira; o bicho teve de proteger sua integridade e identidade físico-química - preservá-la pra sobreviver. Nem mesmo um órgão transplantado, com potencial de salvar a vida organismica é poupado pela rejeição. Nas palavras de Becker:

“O protoplasma propriamente dito se abriga a si mesmo, nutre-se contra o mundo, contra violações de sua integridade. Parece gostar de suas próprias pulsões, expandindo-se mundo a fora e engolindo pedaços deste.” Becker

Outra excelente comparação feita pelo gênio de Becker é a de que se se tomasse um organismo cego e surdo e se incutisse nele autoconsciência e um nome, fazendo-o destacar-se da natureza e saber-se conscientemente ímpar, então teríamos aí o narcisismo, ao que acrescento: então teríamos aí o Narcisismo “evangeliz”-à-dor, que é quando no homem, a identidade físico-química e o senso de poder e atividade tornam-se consci-ENTES.

“Exagerado! Jogado aos seus pés...”

Vassum Crisso!

Sonhos de Um Palhaço

Vejam só
Que história boba
Eu tenho pra contar
Quem é que vai querer
Me acreditar
Eu sou palhaço sem querer...

Vejam só
Que coisa incrível
O meu coração
Todo pintado e nesta solidão
Espero a hora de sonhar...

Ah, o mundo sempre foi
Um circo sem igual
Onde todos representam
Bem ou mal
Onde a farsa de um palhaço
É natural...

Ah, no palco da ilusão
Pintei meu coração
E entreguei amor 
e sonhos sem saber
Que o palhaço
Pinta o rosto pra viver...

Vejam só e há quem diga
Que o palhaço é
No grande circo apenas o ladrão
Do coração de uma mulher...

Ah, o mundo sempre foi
Um circo sem igual
Onde todos, todos
Representam bem ou mal
Onde a farsa de um palhaço
É natural...

Ah, no palco da ilusão
Pintei meu coração
E entreguei amor e sonho
Sem saber
Que o palhaço pinta o rosto
Pra viver...  

Sonhos de Um PalhaçoAntônio Marcos/Sérgio Sá

Vassum Crisso

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Eu sei o que vocês fizeram nos verões passados!

Eu sei o que vocês fizeram nos verões passados!
Miguel Garcia

Eu sei da necessidade de exercer controle total sobre as circunstâncias em toda variedade e multiplicidade de manifestações.
Sei dos constantes protestos (perversões) - de suas revoltas contra a realidade.
Sei que para superar o sentimento de vazio interior e impotência, você escolheu um objeto no qual projeta todas as suas qualidades propriamente humanas: seu amor, inteligência, coragem etc. Sei que submetendo-se a esse objeto, você se sente em contato com suas próprias 'qualidades', reais ou imaginárias; sente-se forte, corajoso e seguro. Sei que a perda de tal objeto significaria o perigo de perder-se de si mesmo.
Sei que o mecanismo que re-velo aqui - adoração idólatra a uma pessoa central (chefe, patrão, líder religioso, gurú psicológico), baseada no fato de sua alienação à mesma, constitui o dinamismo central de algum tipo de transferência vigorosa e intensa, eu sei.
Sei que esse fascínio (fetiche) por pessoas astútas e ou “poderosas” tornou-se basicamente uma questão de entregar-se ao poder de um outro “composto” de todas as qualidades "não" concretizadas em você mesmo. Sei que posturas como essa constituem fundamentalmente uma manobra ou tática, graças à qual, visa-se perpetuar um estilo de existência dependente - uma contínua tentativa para despir-se de poder e colocá-lo em mãos alheias. Sei não tratar-se de mera covardia incomum de parte alguma, mas antes um dos problemas básicos de uma vida organísmica - problemas de poder e controle - de força para opor-se à realidade e mantê-la ordenada de modo que uma expansão e realização pessoal encontre espaço na pessoa.
O que seria mais natural do que “escolher” alguém através de quem se possa estabelecer um diálogo in-terno e ex-terno? É como hipnóse - como a perda de controle observada nas vítimas de vampiros... Eu sei, eu sei o que vocês fizeram nos verões passados!

Vassum Crisso!

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Aos livrescos escritores "evangélicos”

Aos livrescos escritores "evangélicos”
Por Miguel Garcia

Os tais não deveriam apelar aos apanhados históricos e apenas exibir o desenvolvimento de idéias a partir de teorias alheias, não deveriam submeter suas mentes deste modo. Deveriam sim, pegar isso e aquilo, aqui e ali, formar teorias próprias e aí, em último lugar, interessarem-se em ver de onde roubaram o que. Ações como essas evocariam um espírito “livre” para olhar o mundo com olhos próprios. Seria algo bem mais útil em épocas de grandes mudanças, já que as mesmas costumam suscitar a nostalgia do tempo que passou. Imagino que deveriam apostar na reconstrução e no espírito de "liberdade".

Vassum Crisso

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Olhe para o céu quando quiser ouvir seu coração... Jamais pergunte aos codificadores de doutrinas!..

sábado, 4 de dezembro de 2010

Preste atenção - Repare!

Repare nos chefes das igrejas:

 Assentam-se nas melhores cadeiras;
 Não procedem em conformidade com as suas obras - ensinam coisas que não praticam;
 Atam fardos pesados e difíceis de suportar, e os põem nos ombros de fetchizáveis e ou desesperados, eles porém, nem com um dedo querem mover tais bagagens;
 Fazem todas as obras a fim de serem aplaudidos pela multidão;
 Amam os primeiros lugares nos cerimoniais, as primeiras cadeiras em seus templos suntuosos, bajulações públicas de toda espécie e o serem aclamados Mestres, Doutores, Pais espirituais, jamais de irmãos ou parceiros, a menos que lhes seja conveniente e lucrativo.  
 Bloqueiam a porta do “reino dos céus” de modo que nem entram, tampouco permitem que outros o façam;
 Esses hipócritas e fariseus devoram – predam as casas das viúvas através de programas de rádio e televisão sob pretexto de evangelizar as pobres almas carentes.
 Percorrem o mar e a terra para fazer um convertido e, depois de o terem conseguido, tornam a vítima duas vezes mais filha do inferno que eles próprios.
 Coam mosquitos e engolem camelos;
 Limpam o exterior do copo e do prato enquanto o interior deles mesmos está cheio de rapina e iniqüidade.
 Semelhantes a sepulcros caiados, por fora realmente parecem formosos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda a imundícia;
 Exteriormente parecem justos a olhares não treinados, mas interiormente estão cheios de covardia e falsidade. Caia sobre os tais todo sangue justo derramado por desumanidade e ganância. As mansões deles ficarão desertas...

Ex-traído da Bíblia, ins-pirado no entorno...

Vasso Crisso!

Colérico - morbo, vulgo cobiçoso - invejoso!!!!


"Nada do que fazemos ou pensamos é trivial ou irrelevante,
porque tudo o que fazemos tem consequências
no domínio das mudanças estruturais a que pertencemos"

Humberto Maturana

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Favelas Bagdás daqui


Aprovo a defesa intransigente da não-violência, junto com a deslegitimação absoluta do Estado, por ser uma instituição de violência. No dito Estado demo-crático a violência apenas deixa de ser concentrada para ser mais difusa, mas não desaparece por isso. O rosto violento do Estado aparece claramente na instituição do exército. O exército, mais que para a defesa externa, existe para subjugar o povo em benefício de uma minoria. É o sustentáculo da tirania. Sua função extrema é matar. Ora, isso é sempre um crime — coisa proscrita terminantemente no V mandamento. A vida é um valor absolutoNão existem mortes legítimas. Por isso, mandando matar, o exercito transforma o soldado num carrasco.  O serviço militar deve ser condenado sem remissão. Trata-se de nada menos do que uma preparação ou exercício para o assassinato. Mais: a meu ver, o serviço militar obrigatório é o modo pérfido que tem o Estado de armar o irmão contra o irmão, de pôr o povo contra o povo, ou seja: é uma forma especiosa de auto-tirania. Sou anti-militarista absoluto. Junto com o serviço militar, recuso qualquer legitimação à guerra. Se a cultura moderna a legitima por vários títulos é porque é fútil e destituída de vigor ético. Oxalá se possa evitar contribuir de alguma forma para a perpetuação do sistema governativo e seus tentáculos: o exercício da política, o serviço militar, o pagamento dos impostos, o uso dos serviços da justiça e assim por diante. O homem livre e justo há de viver ignorando o governo. Não combatê-lo de frente, mas no princípio interno que o sustenta: o reconhecimento, a obediência. 

Texto de Miguel Garcia ins-pirado em Tolstoi


Vassum Crisso!

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Julian Assange: Por que o mundo precisa do WikiLeaks



O controverso site WikiLeaks coleta e publica vídeos e documentos altamente sigilosos. O seu fundador Julian Assange, que já foi chamado para interrogatório pelas autoridades dos EUA, conversa com Chris Anderson do TED, sobre como o site funciona, o que ele já realizou -- e o que o motiva. A entrevista incluí uma filmagem explícita de um recente ataque aéreo norte-americano em Bagdá.

Ataque americano á Bagdá...

"Quando os ricos fazem a guerra, são sempre os pobres que morrem."
(Jean-Paul Sartre)


O princípio ético da não violência deveria ser praticado cada vez mais em nosso dias. Oxalá ocorra um amadurecimento da consciência moral da humanidade. A violência se mostra cada vez mais ineficaz para resolver os conflitos sociais, tanto no interno das nações colmo nas relações internacionais. É possível constatar certo progresso em termos de legalidade (no nível dos princípios), embora não necessariamente em termos da moralidade (no nível das práticas). Parece inegável que na consciência mundial emerge com força crescente uma sensibilidade ética em favor da não-violência. Também por razões práticas: frente à complexidade dos Estados e das sociedades modernas, a violência não funciona mais. Aquela que foi outrora definida como a "parteira da história" talvez não tenha outro destino, na consciência ética das sociedades modernas, que o de tantas parteiras tradicionais: a aposentadoria. Miguel Garcia - 
Ins-pirado em Tolstoi - O reino de Deus está em vós.


Vassum Crisso!

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Sobre conquist-à-dores “modernos”!

Sobre conquist-à-dores “modernos”!
Miguel Garcia ins-pirado em Gandhi e Augusto de Franco

Muitos ideólogos da igreja – muitos dos codificadores de doutrinas - engenheiros miméticos, 'manipuladores de idéias que inventam passado para legitimar certos caminhos (e deslegitimar outros) para o futuro - os que procuram controlar o seu futuro, para levá-lo (a sua alma ou o seu corpo) para algum lugar supostamente melhor, para um paraíso no céu ou na terra, quando, eles mesmos, não podem conhecer tal caminho (simplesmente porque não existe um caminho)', falseiam com palavras e gestos a todo tempo. Mentem quando se ufanam e bravateiam coragem e ousadia. Mentem quando se dizem tementes só a Deus. Estes pares dos donos da terra: brancos ou não, bonitos, sarados, ricos, na verdade, vivem aterrorizados pela idéia da sucção final – morte, daí a ferocidade deles e potencial aguçado para pred-ação. Esses mascarados adoradores de Mamom nutrem má vontade para com quase todo mundo, incluindo seus iguais nos negócios da fé. Aceitam e normatizam injustiças o tempo todo, derrotam a verdade pela mentira e, sendo incapazes de resistir à falsidade, jamais aceitam qualquer tipo de sofrimento. Uma imensa porção da cúpula religiosa só deposita atenção nos objetos dos sentidos, sentem-se fatalmente atraídos pelos mesmos. Dessa atração  nasce o desejo: desse desejo a perturbação dos sentimentos (note como essa gente vive perturbada e perturbando); da perturbação dos sentidos nasce inúmeros erros; desses erros a confusão dos pensamentos (caos) e a ruína da razão; e da ruína da razão tem nascido a morte da igreja e de tudo que vale o prazer de ser pensado e praticado. Maldita ganância e tara por poder por parte do clero religioso! Empobrecem o bolso, a mente e o coração de milhares de criaturas, por meio de um sistema de exploração progressiva e de uma administração ruinosamente dispendiosa que ‘corpo’ algum poderia suportar. Corroem os fundamentos do que há de mais belo e humano nas pessoas: seu potencial de amorosidade, transformando-as em “donas da verdade ab-so-luta”, alimentam e ou despertam o que há de mais sombrio nas pessoas, só para num instante seguinte oferecerem-se como libertadores, conquanto que os "cativos" sejam liberais nos dízimos e ofertas. Um céu  seria algo totalmente dispensável e tedioso em minha opinião, por outro lado, muitas vezes, desejo ar-dente-mente que o inferno exista e funcione.

Vassum Crisso!

Gandhi crístico... Cristo gandhico...

Gandhi crístico... Cristo gandhico...!

“Não terei medo de ninguém sobre a terra.
Temerei apenas a Deus.
Não terei má vontade para com ninguém.
Não aceitarei injustiças de ninguém.
Vencerei a mentira pela verdade,
e na minha resistência à mentira
aceitarei qualquer tipo de sofrimento”

“Se o homem põe a sua atenção nos objetos dos sentidos,
sente-se por eles atraído.
Da atração nasce o desejo;
do desejo a perturbação dos sentimentos;
da perturbação dos sentimentos o erro;
do erro a confusão do pensamento e a ruína da razão;
e da ruína da razão nasce a morte”.

“Caro amigo, antes de iniciar meu ato de desobediência, com todos os riscos que sempre temi enfrentar durante todos estes anos, quero ter a alegria de
me aproximar de vós para buscar uma saída. As minhas convicções me proíbem
que eu faça sofrer qualquer coisa que tenha vida, e muito menos seres humanos,
ainda que eles tenham causado os maiores sofrimentos a mim e aos meus.
Embora considere o domínio britânico uma maldição, não pretendo prejudicar
um único inglês...
“E por que considero o domínio britânico uma maldição? Ele empobreceu
milhares de criaturas, por meio de um sistema de exploração progressiva, bem
como por meio de uma administração militar e civil ruinosamente dispendiosa,
que o país nunca poderá suportar. Ela corroeu os fundamentos da nossa cultura.
E minha impressão é que nunca houve, por parte do Império Britânico,
qualquer intenção de nos conceder liberdade, num futuro imediato”.

Gandhi 

Vassum Crisso!