quarta-feira, 9 de outubro de 2013

É sabido...

É sabido...
Miguel Garcia

É sabido que as pessoas têm a tendência de se alienar para as realidades do mundo - de esquecerem-se de si mesmas - do Ser que as constitui ou deveria faze-lo. Tal alienação faz com que se percam nas coisas e ou utensílios. Essa condição por sua vez às leva a valorizar em excesso os objetos e, como já foi dito, por extensão, a negarem seus semelhantes. Em outras palavras, sob essa condição mental adoecida, as pessoas passam a verem-se umas as outras,  isso na melhor das hipóteses, como bens de comércio.
É sabido que nossa necessidade de transcendência pode e vem sendo desvirtuada. É sabido que nossa condição finita/infinita impõe que busquemos valores espirituais que possam orientar e justificar a existência animal/humana. Em sociedades em que as pessoas são vistas como coisas (meios), tais valores tendem a ser excessivamente idealizados, o que aumenta ainda mais a distância entre eles e o homem ou mulher comuns. Em consequência, tudo faremos para preservá-los, inclusive desprezar cada vez mais a não-transcendentalidade dos nossos semelhantes, estes últimos, por
sua vez, nos pagam com a mesma moeda. Diante do que se re-vela, somos obrigados a concordar com a verdade por trás da frase do Emílio

Romero: "Não é fácil gostar de seres de carne e osso, simples mortais, limitados, contraditórios, oscilantes, como todos nós. É mais fácil admirar ídolos distantes, talvez protetores por sua majestade inalcançável". MG - Vassum Crisso.

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