sexta-feira, 16 de maio de 2008

Um hino ao amor - por Miguel Garcia

Edite Piaf sou eu, minha mãe, meus irmãos, somos todos nós.



Edite Piaf a famosa cantora francesa que fui conhecer através da homenagem que lhe fizeram na biografia "Piaf - Um Hino ao Amor".

Filme emocionante, de beleza muito delicada, imagens poéticas aprazivelmente perturbadoras, numa história que a meu ver, desnuda o fato de que a beleza de estar vivo se sobrepõe a toda e qualquer tragicidade. O que justifica a existência não é a qualidade do organismo vivo, mesmo que defeituoso, mas o fato de estar vivo. A gratidão deve ser nossa companheira. Ninguém nos deve nada, nem Deus nem o próximo. Concordo com o Apóstolo Paulo: "Alegrem-se sempre. Orem continuamente (Orar é ainda respirar, o ansioso adora a necessidade ao invés de Deus). Dêem graças em todas as circunstâncias, pois esta é a vontade de Deus para vocês em Cristo Jesus". 1Ts 5:16,17,18.
Nós as Edites de todas as épocas e lugares, do pequeno burguês que sabe cuidar do seu minúsculo jardim e dele fazer um paraíso, ao miserável que leva ofegante o seu fardo, que segue seu caminho sem se revoltar, nós Edites que esperamos igualmente ver por um momento a mais a luz do sol, nós Edites que aguardamos a bendita esperança: a gloriosa manifestação do nosso grande Deus e Salvador, Jesus Cristo Tt 2: 13, podemos sim encontrar felicidade Nele, por Ele e para Ele, ou seja, em, por e para Cristo.
Daí sim seremos tranquilos, formando nosso universo a partir da Fonte de Vida Plena que é Cristo, daí poderemos ser ditosos por sermos nós mesmos - íntegros, totais. Assim, por mais limitados que sejamos, guardaremos sempre no coração o doce sentimento de que somos amados, aceitos e reconhecidos em Deus.

Fiz questão de tomar nota do conteúdo da entrevista com a "Piaf", entrevista essa que aparece nos instantes finais desse filme de gloriosa exuberância.

Escrevi cada uma das respostas dadas pela “Edite”, interpretada pela brilhante atríz Marion Cotillard.

Logo após ter sofrido toda a beleza da história: atuações, trilhas sonoras, canções francesas... após ter refletido um bocado nas falas do filme, etc, tomei nota da letra da última canção exibida na película - nas palavras da Edite Piaf do La Môme: “Tudo aquilo que gostaria de dizer”.

Eis a Entrevista em primeiro lugar:

Repórter: É estranho ver a senhora longe de Paris...
Piaf: Nunca estou tão longe de Paris.
Repórter: Sua cor favorita?
Piaf: Azul.
Repórter: Gostaria de viver tranquilamente?
Piaf: Isso eu já fiz.
Repórter: Quais são seus amigos mais fiéis?
Piaf: Meus verdadeiros amigos são todos fiéis.
Repórter: E se não pudesse mais cantar?
Piaf: Bem, eu não viveria.
Repórter: Tem medo da morte?
Piaf: Menos do que da solidão.
Repórter: A senhora reza?
Piaf: Ah! sim, porque eu acredito no amor.
Repórter: Qual a melhor lembrança da sua carreira?
Piaf: O levantar da cortina
Repórter: Sua melhor lembrança como mulher?
Piaf: O primeiro beijo.
Repórter: Gosta da noite?
Piaf: Gosto e com muitas luzes.
Repórter: E da madrugada?
Piaf: Com piano e com meus amigos.
Repórter: E do comecinho da noite?
Piaf: Pra nós já é a madrugada...
Repórter: se fosse dar um conselho a uma mulher, qual seria?
Piaf: Ame.
Repórter: A uma jovem?
Piaf: Ame.
Repórter: A uma criança?
Piaf: Ame.
Repórter: Para quem a senhora faz tricô?
Piaf: Bom, para quem quiser usar isso...

Eis a letra da canção cantada por Edite nos instantes finais do filme:

Não, absolutamente nada
Não, eu não lamento nada
Nem o bem que me fizeram
Nem o mal
Isso tudo é indiferente

Não, absolutamente nada
Não, eu não lamento nada
Está tudo pago, varrido, esquecido
Dane-se o passado

Com minhas lembranças acendi o fogo
Minhas mágoas, meus prazeres
Não preciso mais deles
Varridos os amores
Com todos os seus temores
Varridos para sempre
Vou começar do zero

Não, absolutamente nada
Não, eu não lamento nada
Nem o bem que me fizeram
Nem o mal
Isso tudo é indiferente

Pois minha vida
Pois minhas alegrias hoje
Tudo isso começa com você






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