domingo, 26 de junho de 2011

Examine as pessoas à sua volta!

Examine as pessoas à sua volta!


Examine as pessoas à sua volta e irá ouvi-las falar em termos precisos sobre elas mesmas e seu meio, o que parecerá indicar que elas têm idéias sobre o assunto. Mas comece a analisar essas idéias e irá descobrir que praticamente não refletem, de forma alguma, a realidade a que parecem se referir, e se você aprofundar mais sua análise irá descobrir que não há nem mesmo uma tentativa de ajustar as idéias a essa realidade.
Muito pelo contrário: através dessas teorias, o individuo está tentando cortar qualquer visão pessoal da realidade, de sua própria vida. Porque a vida é, no princípio, um caos no qual a pessoa se acha perdida. O indivíduo suspeita que seja assim, mas tem medo de se ver face a face com essa realidade, e tenta cobri-la com uma cortina de fantasia, onde tudo está claro. Não o preocupa o fato de suas “idéias” não serem verdadeiras, ele as usa como trincheiras para a defesa de sua existência, como espantalhos para espantar a realidade.

Adaptado do texto de José Ortega Y Gasset

Vassum Crisso!

2 comentários:

Edmundo Cassis disse...

Um ponto de vista é apenas a vista de um ponto. Definir a verdade pode ser um exercício fascista também, afinal, qual é o significado da palavra Verdade? Conhecereis a Verdade e a Verdade vos libertará..........embora também está escrito que um dia será procurada e não será encontrada. Aqui a palavra Verdade significa Deus, sendo assim, somente Deus pode conhecer a si próprio. Conhecer a Deus só pode ser alcançado através da permissão do Mesmo embora eu não tenha dúvidas de que Deus queira Se Compartilhar. Do ponto de vista secular, a verdade é a vista de um ponto e, portanto, ninguém tem o direito de impor seu ponto de vista a outrem.

Miguel Garcia disse...

Olá amigo, irmão e Mestre nas Artes Musicais,
Meu artigo não quis expressar uma verdade absoluta, mas sim a noção de um nível de realidade mais profunda. Quis enfatizar que o mundo tal como é, criado do nada, que as coisas como são, as coisas como não são, tudo é demais para podermos agüentar. Ou melhor: elas seriam demais para nós agüentarmos sem desmaiar, tremendo como folhas, parados num transe em reação aos movimentos, às cores, aos sons e aos odores do mundo. Digo seriam porque a maior parte de nós (aos deixarmos a infância) recalcamos nossa visão da miraculosidade primária da criação. Fechamos, desligamos e não mais percebemos o mundo como ele é em sua magnitude. As vezes podemos recuperar esse mundo recordando algumas percepções extraordinárias da infância, como estavam banhadas de emoções e espanto - como um avô favorito era, ou nosso primeiros amor na adolescência. Modificamos essas percepções fortemente emocionais fortemente emocionais exatamente porque precisamos nos mover no mundo com um mínimo de destreza, de vigor e orientação; não podendo nos quedar estupefatos com o coração na boca, cobiçosamente engolindo com os olhos tudo aquilo de grande e poderoso que chama nossa atenção. Nesse sentido, nossa "alienação" por conta de sermos reprimidos transformasse uma benção: torna possível viver em um mundo esmagadoramente miraculoso e incompreensível, um mundo tão cheio de beleza (como sua Arte e pessoa), majestade e terror que, se sequer o notássemos, ficaríamos paralisados, sem ação. Obrigado por existir e fertilizar aqui! Abçs MG