sexta-feira, 31 de julho de 2009

Baque


Baque
Eis o oráculo soprado pela divindade inspiradora que a-con-tece em poesia – musa que presidi sobre as artes – deusa que en-canta o presente, o passado e o futuro – formosura divinal que acalma a fúria de minhas pulsões desejantes, adorna meus sonhos e faz com que córregos lacrimais deslizem pelas encostas íngremes do meu rosto de ébano, refletindo o brilho e a majestade da mais pura manifestação do belo. Ouço sons de música natural por toda a parte!

Miguel Garcia
“(...) Não vai sobrar nada de mim!”
Oh! não, doadora de prazeres, não tenha medo não! Desperta meu desejo! Venho render-me aqui.
Oh musa do verso licencioso, oh ninfa coroada de mirto e rosas, beijo vossos pés.
Permita que eu beba de suas fontes revigorantes, ilumine o meu espírito. Me acorde com movimentos sinuosos, console-me com a lira, cubra-me com um véu de pensamentos elevados, dance, cante: com instinto de bailarina e voz penetrada de luz, e-terna-mente.
Deixe acontecer! Concorde! Admita a queda sem temor nem culpa. Absorva a sensação dolorosa do paradoxo existencial e o desamparo que acompanha esse batismo na dimensão animal.
Ouço vozes anunciando um desastre que trará muitas alegrias!

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