quinta-feira, 20 de março de 2008

UMA OUTRA PERSPECTIVA DO SALVADOR: JESUS, O REVOLUCIONÁRIO


Uma Outra perspectiva do Salvador: Jesus, o revolucionário
Frank Viola http://www.geocities.com/projetoperiferia/9a.htm


“Se o cristianismo rejuvenescesse, este rejuvenescimento teria que ser de alguma maneira diferente do que ocorre agora. Se a Igreja na segunda metade deste século [XX] pretende recuperar-se das feridas que sofreu durante a primeira metade, então precisara de um novo tipo de pregador. O conveniente chefe de sinagoga nunca vai funcionar. Nem o tipo sacerdotal que desempenha suas funções e recebe sua paga sem outras preocupações, nem o tipo pastoral com sua ‘língua de ouro’ que sabe como fazer para que o evangelho seja saboroso e aceitável a todos. Todos estes tipos foram reprovados e nada resolveram. Outro tipo de líder religioso precisa surgir entre nós. Ele precisa ser do tipo do antigo profeta, um homem que tem visões de Deus, um homem que escuta a voz vinda do trono. Quando ele vir, (e eu oro, oh! Deus! Que não haja apenas um, mas muitos), ele questionará tudo aquilo que nossa civilização considera precioso. Ele colocará em dúvida, denunciará e protestará em nome de Deus e será alvo do ódio e da oposição de grande parcela da Cristandade”.-A.W. Tozer



Jesus Cristo não é apenas o Salvador, o Messias, o Profeta, o Sacerdote, e o Rei. Ele é também o Revolucionário. Tanto que alguns cristãos o conhecem como tal. Sem dúvida, alguns de meus leitores têm lutado contra este pensamento enquanto lêem este livro: “Por quê você é tão negativo a respeito da igreja moderna, Frank!? Jesus não é um caçador de defeitos, uma personalidade crítica. Nosso Senhor não fala das coisas ruins da igreja. Enfoquemos o lado positivo e ignoremos o negativo!”

Tais sentimentos em alto e bom tom expressam um completo desconhecimento de Cristo enquanto mestre revolucionário — profeta radical — orador provocativo — polêmico — iconoclasta — e oponente implacável das autoridades (públicas e privadas) religiosas estabelecidas.

Claro, nosso Senhor não é intrinsecamente crítico ou severo. Ele é pleno de misericórdia e de bondade, e ele ama Seu povo apaixonadamente. Todavia, é precisamente por isso que Ele é zeloso para com sua Noiva. E é por isso que Ele não se comprometerá com as tradições inquebrantáveis que amarraram seu povo. Ele tampouco ignorará nossa fanática devoção a elas.

Considere a conduta de Nosso Senhor enquanto esteve na terra.

Jesus nunca foi nem agitador nem rebelde grandiloqüente. Embora constantemente desafiasse as tradições dos escribas e fariseus. Ele não fazia isso de forma casual, mas deliberadamente. Os fariseus foram os que, pela “verdade” que enxergavam, intentaram extinguir a verdade que eles não conseguiam ver. Isto explica porque sempre houve uma tormentosa controvérsia entre a “tradição dos anciãos” e os atos de Jesus.

Alguém disse certa vez que “um rebelde tenta mudar o passado; um revolucionário tenta mudar o futuro”. Jesus Cristo trouxe uma drástica mudança ao mundo. Mudou à visão de homem sobre Deus. Mudou à visão de Deus sobre o homem. Mudou à visão dos homens sobre as mulheres. Nosso Senhor veio trazer uma mudança radical ao modo antigo das coisas, substituindo-o por uma nova ordem. Ele veio para trazer um novo pacto — um novo reino — um novo nascimento — uma nova raça — uma nova espécie — uma nova cultura — e uma nova civilização.


Leia do princípio ao fim os Evangelhos, e veja seu Senhor, o Revolucionário. Veja como espalha pânico entre os fariseus ridicularizando intencionalmente suas convenções. Numerosas vezes Jesus curou no Sábado, frontalmente rompendo sua querida tradição. Se o Senhor pretendesse aplacar a ira de seus inimigos, Ele bem que poderia esperar chegar o domingo ou a segunda-feira para curar algumas daquelas pessoas. Mas não, Ele deliberadamente curou no sábado sabendo perfeitamente que seus oponentes ficariam furiosos.
Este modo de agir tem um sentido profundo. Certa vez Jesus curou um cego misturando barro com saliva e colocando-os nos olhos do homem. Tal fato foi um desafio direto à ordenança judaica que proibia curar aos sábados misturando barro com saliva! Todavia seu Senhor, intencionalmente, rompeu publicamente esta tradição e com a mais absoluta resolução. Veja como ele come sem lavar as mãos sob o olhar crítico dos fariseus, nova e propositadamente desafiando sua tradição fossilizada.
Em Jesus temos um Homem que recusava render-se diante das pressões da conformidade religiosa. Um Homem que pregava uma revolução. Um Homem que não tolerava a hipocrisia. Um Homem que não tinha medo de provocar aqueles que suprimiram o evangelho libertador que Ele trouxera para libertar os homens. Um Homem que não se importava em despertar a cólera de seus inimigos, levando-os a preparar-se para a luta.

Onde pretendo chegar? Nisso. Jesus veio não apenas como Messias, Ungido de Deus, para libertar seu Povo das ataduras da queda.

Ele veio não apenas como Salvador, pagando uma dívida que não era dEle para quitar os pecados da humanidade.

Ele veio não apenas como Profeta, consolando aflitos e afligindo acomodados.

Ele veio não apenas como Sacerdote, representando o homem perante Deus e representando Deus perante o homem.

Ele veio não apenas como Rei triunfante sobre toda autoridade, principado e poder.

Ele também veio como Revolucionário, rompendo o velho odre com o intuito de introduzir o novo.

Veja seu Senhor, o Revolucionário!

Para a maioria dos cristãos esta é uma nova visão de Jesus. Assim, expor o que vai mal na moderna igreja para que o Corpo de Cristo possa cumprir a intenção última de Deus é uma simples expressão da natureza revolucionária de nosso Senhor. A meta dominante dessa natureza é colocar você e eu no centro do coração palpitante de Deus. Colocar você e eu no centro de seu propósito eterno — um propósito pelo qual tudo foi criado.

O que se necessita, portanto, é uma revolução dentro da fé cristã. Movimentos de renovação não farão isso. Revivamentos não atingirão isso. Ambos foram plenos nos últimos 50 anos. (Eu poderia acrescentar que eles tomam uma nova forma a cada cinco anos). Movimentos de renovação e revivamentos nunca foram suficientemente potentes para quebrar a imensa inércia da tradição religiosa.

Movimentos de renovação e novas formas para a igreja são como mudar as roupas de um manequim. Por mais que troquemos essa roupa nunca daremos vida a ele, não importa quão de vanguarda ela seja. Não! É necessário meter fogo na raiz do problema e acender uma revolução!

O que se necessita é uma completa reviravolta nas práticas correntes cristãs. Todas as tradições que não encontram base nas escrituras necessitam ser abandonadas para sempre.

Necessitamos começar tudo de novo... Desde o princípio. Menos do que isso sai com defeito.

Se você é um discípulo do Revolucionário de Nazaré, do Messias Radical que mete fogo na raiz... Você eventualmente formulará uma pergunta específica. A mesma pergunta que os discípulos fizeram a Jesus quando Ele caminhava sobre a terra. Essa pergunta é: “Por que os seus discípulos desobedecem às antigas tradições judaicas?”. Pegando esta declaração como gancho, o próximo capítulo é o mais importante de todos.

"Um radical de verdade tem que ser um homem de raízes. Em termos que sempre utilizo, "O revolucionário é um 'forasteiro' diante da estrutura que vê colapsando: 



Certamente ele tem que se ver fora dela. Mas o radical vai até as raízes de sua própria tradição. Tem que amá-la: Tem que chorar sobre Jerusalém, mesmo pronunciando sua sentença...”-John A.T. Robinson

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