Sennas de “objetos transferênci-ais”:
Desconcerta a imaginação. Impossível não ficar abismado ante
as fantásticas exibições de tristeza de povos inteiros ao morrer um de seus ídolos/chefes/heróis
e afins.
O extravasamento emocional descontrolado, as massas
aturdidas acotovelando-se de pé nas praças às vezes dias a fio, pessoas adultas
rojando-se pela onda que se dirige para o esquife ou a pira funerária – como entender
um tão maciço e neurótico estado de desespero”? Só de um modo: ele demonstra um
estado de choque intenso com a perda do “nosso” baluarte contra a morte. As
pessoas aprendem, em certo plano silencioso de suas personalidades: “Nosso
lugar de poder para controlar vida e morte pode ele mesmo morrer; por
conseguinte, nossa própria imortalidade está em dúvida”. Todo choro e ranger de
dentes, afinal de contas, é por si próprio, não pelo falecimento de uma grande
alma, mas pelo nosso próprio iminente falecimento. Os donos do mundo começam imediatamente a
rebatizar ruas, praças e aeroportos com o nome do morto: é como uma afirmação
de que ele será imortalizado fisicamente na sociedade, a despeito de sua morte
física.
Senhoras e senhores: estamos flutuando no espaço e a caveira
arreganhará os dentes mesmo para os mais otimistas, ricos e “poderosos”. MG
Ins-pirado em Becker, O, Rank e outros bichos! – Vassum Crisso
- MG
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