"Ontem foi o encerramento do Conplei(congresso nacional de pastores e lideres evangélicos indígenas) e houve a Ceia do Senhor.
Estamos acostumados, em nossas igrejas "civilizadas", com uma cerimônia acética , realizada já no final do culto, onde cada pessoa tem direito a um pedacinho bem pequeno de pão e a um gole de vinho ou suco de uva. Aqui foi diferente: nas palavras do pastor indígena que dirigia o culto "esta não é a mesa da igreja indígena, nem a mesa da igreja dos brancos, é a mesa do Senhor, e todo o povo de Deus pode se servir dela, mas é também uma ceia segundo o contexto indígena; nós não temos pão de trigo em nossas aldeias, nosso pão é a tapioca, não temos também vinho de uva, nosso vinho é o assai, e é esses elementos que serão servidos aqui". Ele então mandou que todos fizessem uma fila a direita das cadeiras, passássemos pela mesa para pegar a tapioca e o assai e sair pela esquerda. As pessoas foram passando e sendo servidas pelos irmãos indígenas, enquanto cânticos de louvor eram cantados. Mas quando a fila acabou, o pastor anunciou: ainda tem tapioca e assai, podem servir-se novamente. E enquanto havia tapioca e assai as pessoas foram encorajadas a se servirem o quanto queriam. Aquela era uma mesa que simbolizava a morte e ressurreição de Cristo, mas também um símbolo gritante da imensa graça de Deus! E ainda sobrou muito, não doze cestos cheios talvez, mas, o suficiente para ser servido no café da manhã seguinte.
E de repente, durante a comunhão começamos a ouvir, do lado esquerdo do auditório um canto lindo! Eram os irmãos Zorós realizando sua própria cerimônia: Os zorós em seus rituais pagãos ficam 48 horas cantando, e quando se convertem, acham que o Senhor Jesus também merecem um período de louvor da mesma duração! O Pastor Terena os chamou para virem a frente continuar cantando e traduzir para nós as palavras do hino: as palavras diziam mais ou menos: "Estamos louvando ao Senhor pela mesa aqui, enquanto ele prepara para nós mesa melhor no céu!" E o nosso louvor então jamais cessará!.
Foram momentos de muita emoção, mas de tristeza também. Henrique Terena chamou os irmãos Uai-Uai e os irmãos Zoé a frente para orarmos por eles. Os irmãos Zoe, devido aos problemas de demarcação e arrozeiros e perseguição da Funai às igrejas indígenas, estão passando necessidades, com fome e enfermidades. Os irmãos Uai-Uai foram até os Zoés levar sacos de farinha e outros alimentos para os Zoés mas não lhes permitiram entrar no território dos Zoés, e alguém da FUNAI ou não se sabe que organização, queimou todos os mantimentos que os irmãos Uai-Uai levaram, de modo que os irmãos Zoés continuam em necessidade. É uma situação muito grave e necessitamos da intervenção do Senhor para que as tribos vivam em paz.
Queridos irmãos: este é um pedido urgente: orem pelos irmãos perseguidos das nossas tribos indígenas."
Maria Celia Del Vale
Confissão e desabafo
Miguel Garcia
Não estaria na hora de "evangélicos" financiarem a vinda de irmãos indígenas para missionar em suas cidades civilizadas e igrejas pens-antes , ao invés de enviar-lhes andróides e robôs americanizados, produzidos em série nas fábriquetas seminarísticas clan-destinas?
Quem sabe os irmãos indígenas os ensinariam a namorar, ler, ser lido pelo que se lê, dançar ou simular algum passo de dança, beber vinho, cerveja ou cachaça mineira com os amigos, gargalhar - um rumo sábio para desenvolvermos uma vida espiritu-ALL saudável...
Nos últimos anos, o modo evangélico de celebrar a santa ceia (relação vertical entre os crentes e O Ungido) / mesa do Senhor (relação horizontal da comunidade de crentes), geralmente me deixa triste e não raras vezes constrangido e perplexo.
Todo esse vício de subjetividade dos abs-traídos em si mesmos...
Tenho a sensação de que algo "perverso" flutua no ar... percebo no olhar e nos gestos das crianças e jovens, na dificuldade que estes têm de respirar em ambientes "sagrados".
Sabe aquela sensação de estar sentado <à mesa> em uma churrascaria luxuosa, fatiando uma suculenta picanha ao alho, sorvendo vinho de qualidade lentamente, de repente olhar pela janela e ver mendigos "sujos" e famintos (que não ousam fitar os clientes do lugar nem pedir-lhes um bocado), calmos como vacas hindus, á espera da hora em que as migalhas dos ricos caiam acidentalmente de suas mesas - que o lixo seja posto pra fora, para que só então eles, os excluídos, interditados, zeros soci-ais possam se "fartar" das sobras nos ossos?
"Onde estará a sabedoria que nós perdemos no conhecimento? Onde estará o conhecimento que nós perdemos na in-formação?"
Estamos acostumados, em nossas igrejas "civilizadas", com uma cerimônia acética , realizada já no final do culto, onde cada pessoa tem direito a um pedacinho bem pequeno de pão e a um gole de vinho ou suco de uva. Aqui foi diferente: nas palavras do pastor indígena que dirigia o culto "esta não é a mesa da igreja indígena, nem a mesa da igreja dos brancos, é a mesa do Senhor, e todo o povo de Deus pode se servir dela, mas é também uma ceia segundo o contexto indígena; nós não temos pão de trigo em nossas aldeias, nosso pão é a tapioca, não temos também vinho de uva, nosso vinho é o assai, e é esses elementos que serão servidos aqui". Ele então mandou que todos fizessem uma fila a direita das cadeiras, passássemos pela mesa para pegar a tapioca e o assai e sair pela esquerda. As pessoas foram passando e sendo servidas pelos irmãos indígenas, enquanto cânticos de louvor eram cantados. Mas quando a fila acabou, o pastor anunciou: ainda tem tapioca e assai, podem servir-se novamente. E enquanto havia tapioca e assai as pessoas foram encorajadas a se servirem o quanto queriam. Aquela era uma mesa que simbolizava a morte e ressurreição de Cristo, mas também um símbolo gritante da imensa graça de Deus! E ainda sobrou muito, não doze cestos cheios talvez, mas, o suficiente para ser servido no café da manhã seguinte.
E de repente, durante a comunhão começamos a ouvir, do lado esquerdo do auditório um canto lindo! Eram os irmãos Zorós realizando sua própria cerimônia: Os zorós em seus rituais pagãos ficam 48 horas cantando, e quando se convertem, acham que o Senhor Jesus também merecem um período de louvor da mesma duração! O Pastor Terena os chamou para virem a frente continuar cantando e traduzir para nós as palavras do hino: as palavras diziam mais ou menos: "Estamos louvando ao Senhor pela mesa aqui, enquanto ele prepara para nós mesa melhor no céu!" E o nosso louvor então jamais cessará!.
Foram momentos de muita emoção, mas de tristeza também. Henrique Terena chamou os irmãos Uai-Uai e os irmãos Zoé a frente para orarmos por eles. Os irmãos Zoe, devido aos problemas de demarcação e arrozeiros e perseguição da Funai às igrejas indígenas, estão passando necessidades, com fome e enfermidades. Os irmãos Uai-Uai foram até os Zoés levar sacos de farinha e outros alimentos para os Zoés mas não lhes permitiram entrar no território dos Zoés, e alguém da FUNAI ou não se sabe que organização, queimou todos os mantimentos que os irmãos Uai-Uai levaram, de modo que os irmãos Zoés continuam em necessidade. É uma situação muito grave e necessitamos da intervenção do Senhor para que as tribos vivam em paz.
Queridos irmãos: este é um pedido urgente: orem pelos irmãos perseguidos das nossas tribos indígenas."
Maria Celia Del Vale
Confissão e desabafo
Miguel Garcia
Não estaria na hora de "evangélicos" financiarem a vinda de irmãos indígenas para missionar em suas cidades civilizadas e igrejas pens-antes , ao invés de enviar-lhes andróides e robôs americanizados, produzidos em série nas fábriquetas seminarísticas clan-destinas?
Quem sabe os irmãos indígenas os ensinariam a namorar, ler, ser lido pelo que se lê, dançar ou simular algum passo de dança, beber vinho, cerveja ou cachaça mineira com os amigos, gargalhar - um rumo sábio para desenvolvermos uma vida espiritu-ALL saudável...
Nos últimos anos, o modo evangélico de celebrar a santa ceia (relação vertical entre os crentes e O Ungido) / mesa do Senhor (relação horizontal da comunidade de crentes), geralmente me deixa triste e não raras vezes constrangido e perplexo.
Todo esse vício de subjetividade dos abs-traídos em si mesmos...
Tenho a sensação de que algo "perverso" flutua no ar... percebo no olhar e nos gestos das crianças e jovens, na dificuldade que estes têm de respirar em ambientes "sagrados".
Sabe aquela sensação de estar sentado <à mesa> em uma churrascaria luxuosa, fatiando uma suculenta picanha ao alho, sorvendo vinho de qualidade lentamente, de repente olhar pela janela e ver mendigos "sujos" e famintos (que não ousam fitar os clientes do lugar nem pedir-lhes um bocado), calmos como vacas hindus, á espera da hora em que as migalhas dos ricos caiam acidentalmente de suas mesas - que o lixo seja posto pra fora, para que só então eles, os excluídos, interditados, zeros soci-ais possam se "fartar" das sobras nos ossos?
"Onde estará a sabedoria que nós perdemos no conhecimento? Onde estará o conhecimento que nós perdemos na in-formação?"
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