terça-feira, 7 de outubro de 2008

Afro-Dia

Afro-Dia
Miguel Garcia


Acordei abaçaí. Meu espírito tateava sem luz, agitado e causador de obsessões. Aba fugidia escapava de mim.

Abará no desejo e coisa de preto africano, sentimento e intuição. Abati, vinho de milho e embriagues nos terreiros da alma aturdida.

Abarem doce escondida em folhas de bananeira, salgava num choro.

Ameixa, caju e gostar de mim. Pra longe a má sorte da infelicidade, a menos que eu abra meus poros, que eu corra demais e sem rumo, achi dos meus irmãos será açoite merecido.

Afonjá e resistência ao fogo do desespero. Bem vinda espuma do mar!

Quem sabe manhãs livres de agueré – brasa viva na cabeça e coração de um preto fugitivo.

Adolá, adeus afro-dia!

Um comentário:

Paulo Cruz (PC) disse...

Tu és preto, poeta! E sobre está pedra edificarei a minha alma!

Saudações afro-disíacas!

Beijo nocê,
PC