segunda-feira, 2 de março de 2009

Eu profeta?

Eu profeta?
Miguel Garcia


Lembro-me de ter sido violentamente criticado por alguns irmãos recentemente. A razão da crítica? Dizem que me demoro por demais no assunto da graça e amor incondicionais de Deus, sempre que com-part-ilho algo dos sentimentos e de minhas apostas. Lembro da expressão raivosa na face deles - testa franzida resmungando nervosa-mente assentados no sofá lá de casa, cada um segurava um copo cheio de suco de uva na mão que eu mesmo tive o prazer de preparar antes da conversa: "Tá bom, essa sua historinha aí de ficar falando em graça e amor, justiça, fraternidade, igualdade, tolerância, mas e daí, onde isso tudo vai dar afinal de contas?" Fiquei sem ação e sem pa-Lavras naquele momento, apenas observava cada rosto, cada gesto tenso e ameaça-dor.
Sem querer fazer papel de um ávaro de qualidades, do tipo: Eu o virtuoso em meio a pecadores insensíveis e ingratos, contudo, confesso que no instante que ouvi irmãos e irmãs com aquela atitude "contra mim", por conta do conteúdo de minhas singelas, porém sinceras e bem intencionadas reflexões, fiquei tentado a encarnar o sentimento, a emoção e as próprias palavras que o profeta Ezequiel usou em relação aos seus compatriotas e oferecer-lhes em resposta:

“Eles vêm a ti, como o povo costuma vir, e se assentam diante de ti como meu povo, e ouvem as tuas palavras, mas não as põem por obra; pois, com a boca, professam muito amor, mas o coração só ambiciona lucro. Eis que tu és para eles como quem canta canções de amor, que tem voz suave e tange bem; porque ouvem as tuas palavras, mas não as põem por obra. Mas, quando vier isto e aí vem, então, saberão que houve no meio deles um profeta”. Ez 33:31-33

Auto-engano intra-psíquico de nós todos? "Certa"-mente!
Ave-Marias! Minha mulher seja ben-dita e louvada para sempre!

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