“... os mais felizes são exatamente aqueles que vivem sem pensar no futuro, como as crianças; aqueles que rondam respeitosamente em torno da gaveta onde a mãe guardou os doces e, quando conseguem agarrar, enfim, as cobiçadas guloseimas, devoram-nas avidamente e gritam: “Quero mais!”, eis as criaturas felizes! Felizes também as pessoas que dão nomes pomposos às suas fúteis ocupações, e até mesmo às suas obsessões, fazendo-as passar por proezas colossais destinadas à salvação e prosperidade da humanidade.
Tanto melhor para os que podem ser assim!... Mas aquele que humildemente reconhece o resultado de todas as coisas, vendo, de um lado, como o pequeno-burguês sabe cuidar do seu pequeno jardim e dele faz um paraíso, e, de outro, como o miserável, levando ofegante o seu fardo, segue o seu caminho sem se revoltar, aspirando ambos, igualmente, a ver por um momento mais a luz do sol...
Sim, esse é tranqüilo, forma o seu universo a partir de si mesmo, e é feliz por ser um homem. Assim, por mais limitado que seja, guarda sempre no coração o doce sentimento de que é livre e poderá sair da sua prisão quando quiser.” (Goethe)
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