Miguel Garcia
Olha!...
Serão rubis que brotaram da terra?
Corais que se perderam do mar?
Rebento de sangue espargido?
Brasas vivas do altar de Deus?
Pedacinhos de arrebol,
Da aurora, carminar da fantasia?
Olha!...
Será que posso beber,
comer, mergulhar?
Vinho tinto amorangado,
acerejado,
romãs, tomates doces maduros,
amoras?
Olha!...
Rubicundo, enrubesce e acalma
Anjo mensageiro na rubra porção de luz
que emana das pétalas,
que embora incendiadas,
Não cedem à destruição?
Olha a magia!
Transparência do belo encarnado...
Olha!..
Que fulgor!...
Encandece e acende a alma sombria!
Olha!...
Que suplício benfazejo!
Que poder! Como fere de beleza!
Olha!..
Tom da tez macia...
Seda ou lã escarlate?
Olha!...
Será Deus a chamar por mim aí de dentro?
Eis-me aqui Pai-e-Mãe de toda formosura,
Eis-me aqui !
Eis aqui meus segredos descalços
Meu o rosto coberto de medo e vergonha
Eis-me aqui Presença afogueada!
Olha!...
Será que uma gota do suor de Deus pingou neste lugar
e fez brotar maravilhas?
Olha, olha!...
(Poema extraído do livro DI-VERSOS - Miguel Garcia)
(Lembro-me de ter me sentido um Moisés quando fiz essa fotografia, dia 09/09/08, no pátio da Igreja Betesda em Lavras.)
Vassum Crisso
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