É sabido...
Miguel Garcia
É sabido que as pessoas têm a tendência de se alienar para
as realidades do mundo - de esquecerem-se de si mesmas - do Ser que as
constitui ou deveria faze-lo. Tal alienação faz com que se percam nas
coisas e ou utensílios. Essa condição por sua vez às leva a valorizar em
excesso os objetos e, como já foi dito, por extensão, a
negarem seus semelhantes. Em outras palavras, sob essa condição
mental adoecida, as pessoas passam a verem-se umas as outras, isso na melhor das hipóteses, como bens de
comércio.
É sabido que nossa necessidade de transcendência pode e vem
sendo desvirtuada. É sabido que nossa condição finita/infinita impõe que
busquemos valores espirituais que possam orientar e justificar a existência
animal/humana. Em sociedades em que as pessoas
são vistas como coisas (meios), tais valores tendem a ser excessivamente
idealizados, o que aumenta ainda mais a distância entre eles e o homem ou
mulher comuns. Em consequência, tudo faremos para preservá-los, inclusive desprezar
cada vez mais a não-transcendentalidade dos nossos semelhantes, estes últimos,
por
sua vez, nos pagam com a mesma moeda. Diante do que se
re-vela, somos obrigados a concordar com a verdade por trás da frase do Emílio
Romero: "Não é fácil gostar de seres de carne e osso,
simples mortais, limitados, contraditórios, oscilantes, como todos nós. É mais
fácil admirar ídolos distantes, talvez protetores por sua majestade
inalcançável". MG
- Vassum Crisso.
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