Luto! Miguel Garcia
Angustiante ver o modo como é celebrada a "santa ceia" em grande parte das igrejas "evangélicas" que conheço.
Insuportável assistir, impossível participar sem antes morrer de desgosto! Sinto pena da turma que sofre esse mal sem refletir, e o que é pior, agradecidos por serem participantes ou meros expectadores.
Tenho consciência de que nem todo mal é superável, contudo, nunca me canso de "lutar"! Estou de luto agora memo. '
Miguel Garcia
Um comentário:
...um pedacinho indigesto de pão (de preferência feito pelos "irmãos"), um dedinho de suco de uva de terceira categoria...e muita dissimulação. Eis os ingredientes para uma Ceia de igreja hoje.
Um suculento Carré de Cordeiro e um cálice de bom vinho (pode-se até, em respeito aos abstêmios, como eu, optar-se por um suco de uva integral) até que não faria mal a ninguém (rsrsrs)! Entretanto, de acordo a estrutura atual – onde as igrejas até estacionamento pago têm; onde você pode ficar seguro durante anos de ter que relacionar-se com qualquer pessoa no espaço comum da igreja, que comporta milhares de pessoas solitárias; onde seu trocadinho entra na conta dos milhares arrecadados para o gozo de alguns (que podem ser playboys de La Coste ou cafonas de camisa com abotoadura) empanturrados daquilo que podemos chamar de "Sede do infinito" – isso é inviável.
Outra: julgo, com grande possibilidade de acerto, que as pessoas, inclusive os pastores, mal sabem discernir o que realmente estão fazendo quando partem o pão. Lêem mecanicamente o texto de Paulo aos Coríntios e ficam satisfeitos ao acomodar aquela nesga de pão no vão dos dentes e empurrar o restante goela abaixo, a muito custo, através da salivação que aquele pingo de suco proporciona.
Se perguntarmos se a Ceia é uma ordenança simbólica ou um sacramento, instaura-se o pânico. Se perguntarmos a diferença entra a Ceia e a Eucaristia dos católicos, pode ser que haja um desconforto só por citar nossos irmãos católicos.
Enfim, é o caos!
A Ceia para mim, hoje, guardadas as devidas proporções, pode ser desde comer um delicioso Doce de Moranga, feito pelas mãos de um bruxo culinário como Miguel Garcia (rsrs), numa mesa cuja companhia e a atmosfera de amor são igualmente doces, até celebrar o sacrifício de Jesus comendo solenemente um churrasco (!), despido de toda pretensão, embora imbuído de todo significado espiritual que o rito carrega.
A Ceia é coisa séria! Mas a seriedade se faz presente não pelo ambiente onde ela é invocada, mas sim pelas pessoas que a invocam. E hoje o que vejo é uma festa de fanfarrões!
Pronto, falei!
Abraço eucarístico,
PC
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