Su-posição de ataque!
Miguel Garcia
Muita gente acredita que alguns oradores religiosos estejam falando a nu, quando “expõem a si mesmos”, revelando certas particularidades de suas vidas privadas (privadas parece ser um termo adequado por hora...).
Pobres crédulos gregários! Não sabem ou não querem saber que é muito acobertador falar mal de si mesmo, sobretudo quando se sabe encontrar as boas fórmulas, essas últimas, vestem o suposto sujeito penitente.
Temo que a maioria dos discursadores já não saiba o que é ser íntegro e amar. Correm atrás de “tudo” que se move, mas não por desejarem alcançar. Submersos e dissolutos, não possuem nenhuma confiança em si mesmos e quando lêem algo, o fazem no olhar dos outros.
Alguns exibem técnica impecável, astúcia incomum, carisma apaixonante e retórica embriagadora, capaz de colar multidões às cadeiras ou bancos de templos e catedrais, “ordenam” o caos das gentes a um só comando; eles, porém, permanecem de pé, de fora, incólumes, enganando sua sede de amar na transa frenética com o poder e o dinheiro, incapazes que são de um compromisso mais sério.
Após alguns “afagos” palavróricos, sentem a necessidade de irem mais longe, descobrirem-se, descobrirem outros, penetrar e engravidar com demandas fabulosas, despirem almas. Preferem andar com a reputação de fora do que com a alma a descoberto.
Participam de todas as orgias legadas pela tradição, cerimonialismos e ritualismos, sem que, contudo, revelem, nem por um instante durante as atividades.
É muito acobertador falar mal de si mesmo, sobretudo quando se sabe encontrar as boas fórmulas, essas últimas, vestem um sujeito com trajes de “transparência”.
Miguel Garcia
Muita gente acredita que alguns oradores religiosos estejam falando a nu, quando “expõem a si mesmos”, revelando certas particularidades de suas vidas privadas (privadas parece ser um termo adequado por hora...).
Pobres crédulos gregários! Não sabem ou não querem saber que é muito acobertador falar mal de si mesmo, sobretudo quando se sabe encontrar as boas fórmulas, essas últimas, vestem o suposto sujeito penitente.
Temo que a maioria dos discursadores já não saiba o que é ser íntegro e amar. Correm atrás de “tudo” que se move, mas não por desejarem alcançar. Submersos e dissolutos, não possuem nenhuma confiança em si mesmos e quando lêem algo, o fazem no olhar dos outros.
Alguns exibem técnica impecável, astúcia incomum, carisma apaixonante e retórica embriagadora, capaz de colar multidões às cadeiras ou bancos de templos e catedrais, “ordenam” o caos das gentes a um só comando; eles, porém, permanecem de pé, de fora, incólumes, enganando sua sede de amar na transa frenética com o poder e o dinheiro, incapazes que são de um compromisso mais sério.
Após alguns “afagos” palavróricos, sentem a necessidade de irem mais longe, descobrirem-se, descobrirem outros, penetrar e engravidar com demandas fabulosas, despirem almas. Preferem andar com a reputação de fora do que com a alma a descoberto.
Participam de todas as orgias legadas pela tradição, cerimonialismos e ritualismos, sem que, contudo, revelem, nem por um instante durante as atividades.
É muito acobertador falar mal de si mesmo, sobretudo quando se sabe encontrar as boas fórmulas, essas últimas, vestem um sujeito com trajes de “transparência”.
2 comentários:
Caro Miguel Garcia, li as coisas do seu blog e gostei muito. Tenho algumas apreciações para lhe expor, mas isso precisaria ser pessoalmente, e não sei quando estarei na sua região, contudo, tenho certeza que quando eu viajar pra São Paulo, poderemo fazer um reunião, por breve que seja, será edificadora (poeticamente, literariamente) para ambos.
Por enquanto é isso aí, o blog tá de parabéns, estou esperando abrir a página do myspace pra ver o que há.
Um abraço!
Devo dizer, querido amigo, que sua pena e sua perspicácia continuam pungentes e impecáveis!
Em meados de setembro de 2006, eu, em mensagem enviada há um desses mega-pop-pastores, pensa-dores (perdoe-me o plágio, rs!) humanóides de nosso cenário evangélico (ainda que diga não sê-lo); gelado o sangue de minhas veias após ler uma Carta Aberta, com confissões de adolescente de nosso pretendente a sofredor, escrevi-lhe:
“Pastor [fulano]:
São 2h da madrugada e minha família dorme o sono dos justos. Eu estou aqui, ouvindo o Réquiem de Giuseppe Verdi e lendo essa "Carta Aberta...". Sinto-me seguindo um cortejo fúnebre, tamanha a dramaticidade de sua escrita.
Mas, devo confessar-lhe: se sua figura, essa que escreve a torto e a direito, que não se abaixa na hora do soco - muito pelo contrário, soca-se a si mesmo -, não fosse para mim um personagem assaz etéreo e contraditório (mas longe de ser como um personagem de Dostoiévski), eu realmente me emocionaria.
Mas não, lendo-o, cada vez mais penso como T.S. Eliot:
‘Afastaram-nos de Deus e acercaram-nos do Pó!’”
Não para minha suspresa, mas para minha constatação, recebi como resposta algo como: “Engana-se, sou normal. Ontem mesmo tomei vinho francês e comi queijo com amigos...”
Aí eu tive mesmo a certeza que estava diante de um personagem; mas não de Dostoiévski mesmo, mas do novelesco global Silvio de Abreu.
Maranata!
Abraço,
PC
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