A igreja sem ramagens luxuriantes
A igreja se coloca como sustentáculo da violência, na medida em que mistifica ideias e praticas tirânicas através de sermões pseudo evangelizadores e sacraliza perversões, com rituais supersticiosos e idolátricos.
Estendo esta crítica essencialmente Tolstoiniana e Kierkegariniana, não apenas a esta ou àquela igreja concreta, mas à ideia mesma de instituição que se presta a atuar como refugio para os tímidos e os complacentes; igrejas com ministros que buscam a placidez e posições sociais influentes na sociedade, ao invés da salvação que só nos alcança pela conversão dos maus desejos e pelo sofrimento que se instaura quando vivemos em função de amar; ministros e falsos buscadores que se negam a crer numa igreja militante pela causa dos órfãos e das viúvas.
Vemos os ensinamentos de Cristo diluídos e degradados a tal ponto que a igreja aboliu praticamente o cristianismo em nome de Cristo.
Por que já não vemos contradição entre o caráter do cristianismo como luta e a essência de um Estado comprometido com o predomínio político e econômico do capital, em detrimento do humano? Óbvio: Por que o Estado paga seus funcionários – os ministros do culto – para que destruam o cristianismo.
Dizem os falsos bispos e pastores que não se pode viver do nada. Todavia eles vivem assim. Para estes, o cristianismo não existe e, todavia, vivem dele... Só se pode ser cristão na oposição.
Se dermos ouvidos ao profetismo de caras como Tolstoi e Kierkegaard iremos acabar convencidos de que não somos cristãos e talvez eles nos façam ver com clareza que não desejamos chegar a ser cristãos.
Quem quer se envolver num amar que é um "deserto e seus temores", ciente de que "quem vai na cela dessas dores não sabe voltar"?
Vassum Crisso. Miguel Garcia